Deputados queriam que CCJ votasse audiência com Rodrigo Janot antes de
dar prosseguimento à tramitação; relator lê parecer nesta segunda e comissão
pode votar relatório na próxima quinta (13).
Por
Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília
Reprodução / Internet
A presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, rejeitou neste domingo (9)
dois pedidos para suspender a tramitação da denúncia contra o presidente Michel
Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
O primeiro foi
um pedido dos deputados Afonso Motta (PDT-RS) e André Figueiredo (PDT-CE) queriam suspender a
tramitação até que o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco
(PMDB-MG), colocasse em votação pedidos para ouvir o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, sobre a denúncia.
O segundo pedido negado foi
apresentado pelo deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), com a
mesma pretensão, de ouvir Janot. Ele alegou que o pedido foi enviado ao STF
para "garantir o contraditório no processo e o princípio da igualdade
entre as partes", pois o debate é "essencial" para os
integrantes da CCJ decidirem sobre a denúncia.
O presidente da
comissão rejeitou os requerimentos sob
a alegação que não cabe à Câmara, na análise da denúncia, ouvir o procurador,
cabendo aos deputados apenas decidir se o Supremo pode ou não julgar a denúncia
contra Temer por corrupção passiva.
Cármen Lúcia negou
os pedidos de decisão liminar (provisória) apresentados pelo PDT e por Molon.
"Na
esteira da legislação vigente e da consolidada jurisprudência deste Supremo
Tribunal na matéria, indefiro este mandado de segurança (art. 10 da Lei n.
12.016/2009) , prejudicado , por óbvio, o requerimento de medida liminar",
diz o resumo da decisão sobre o pedido do PDT no andamento processual. A
íntegra ainda não foi divulgada pelo Supremo.
Nesta segunda
(10), a CCJ se reúne para apresentação e leitura do parecer do relator da
denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ).
No parecer, ele
dirá se recomenda o deferimento ou indeferimento do pedido de autorização para
instaurar o processo no STF. Se o calendário da comissão for cumprido, os deputados
da comissão poderão votar o parecer na quinta-feira (13).
Entenda: Todas as suspeitas contra Temer
Reunião no Jaburu
Neste domingo
(9), Temer recebeu os
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), no Palácio do Jaburu, onde o presidente reside em
Brasília.
O encontro
durou cerca de uma hora e meia.
À TV
Globo, Zveiter disse que já
concluiu o relatório. O parlamentar fluminense, que é visto pelo
Palácio do Planalto como independente, declarou que não sofreu pressões durante
a elaboração do documento.
Alckmin defende saída
Ainda neste
domingo (9), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que não há "nenhuma
razão" para que o PSDB permaneça na base do governo do
presidente Michel Temer após a definição do andamento das reformas trabalhista,
previdenciária e política.
“Hoje, o que
nós devemos fazer? Aguardar o término das reformas. Terça-feira agora é a
[votação da] reforma trabalhista, ela poderá ser aprovada no Senado. E aí vai à
sanção presidencial. Também a reforma previdenciária a gente vai saber em pouco
tempo se ela vai prosperar ou não. E a reforma política também tem data. Depois
disso, eu vejo que não tem nenhuma razão para PSDB participar do governo”,
declarou.
Nas mesma linha
de Alckmin, o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB) afirmou que a sigla
precisa ter compromisso com o país, e não com o governo.
“Aliás, eu não
defendo que o PSDB se mantenha no governo. Eu defendo que o PSDB tenha olhar
para o Brasil. Como fazer para que as reformas continuem? Qual a condicionante
para que a reforma trabalhista prossiga e seja aprovada?”, questionou Doria.
Denúncia
No fim de
junho, Janot denunciou Temer e
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pelo crime de corrupção passiva. A
acusação se baseia nas investigações abertas a partir das delações de
executivos da JBS no âmbito da Operação Lava Jato.
Em abril deste
ano, o ex-deputado e ex-assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR)
foi filmado saindo de um restaurante, em São Paulo, com uma mala contendo R$
500 mil.
Segundo a
Procuradoria Geral da República, o dinheiro destinava-se a Michel Temer e era
parte de propina paga pela JBS para que a empresa fosse favorecida, por
influência do governo, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade),
num processo para reduzir preço do gás fornecido pela Petrobras a uma
termelétrica da empresa.
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